Governo Federal envia missão a Curitiba para apurar ameaças de morte de militantes LGBT

 A cidade de Curitiba está assistindo a um fato arcaico: ameaça de militantes LGBT por pessoas homofóbicas. Um episódio que parecia ser de uma época sem leis e Justiça está ocorrendo na capital paranaense e motivou nesta semana até mesmo o envio, por parte da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, de uma missão especial à cidade para averiguar os fatos.

São 15 defensores da cidadania LGBT que estão sendo ameaçados, entre eles nomes conhecidos do movimento organizado como Márcio Marins, presidente do Dom da Terra, e Toni Reis, presidente da ABGLT – Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. Todas as 15 pessoas já registraram queixa na delegacia com respectivo boletim de ocorrência.

As ameaças têm declarado cunho homofóbico e apresentam um perfil de crimes de ódio e requintes de crueldade. As ameaças vêm sendo recebidas desde a última semana de setembro por telefone residencial, comercial e celular, além de e-mails e redes sociais. As ligações telefônicas são feitas de telefones públicos.

A missão especial do Governo federal ouviu o grupo ameaçado e realizou ainda audiências com várias autoridades do governo estadual, incluindo a Secretária da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SEJUS), Maria Tereza Uille Gomes, além dos responsáveis pela segurança pública. Todos os processos foram encaminhados para Centro de Operações Policiais Especiais (COPE), da Polícia Civil.

Será criado pela SEJUS em regime de urgência um comitê interinstitucional composto por várias secretarias do governo e ativistas de direitos humanos para acompanhar as ameaças e a violência homofóbica no Paraná. Também será encaminhada a criação de um Centro de Referência com equipe multidisciplinar para atendimento às pessoas LGBT que sofrerem ameaças ou discriminação em virtude de sua orientação sexual ou identidade de gênero.

As denúncias também serão encaminhadas ao governador do Estado do Paraná, Beto Richa, com pedido de audiência e pedido de proteção. Todo o material da ameaça reunido será encaminhado ainda para o Ministério Público e para a Polícia Federal para investigação. Também será pedido uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Paraná para discussão sobre as ameaças e a homofobia enfrentada pela população LGBT no Estado.

Uma das recomendações é que as pessoas que estejam sendo ameaçadas ou sofrendo discriminação denunciem o fato para o serviço Disque 100, registrem Boletim de Ocorrência na delegacia e encaminhem cópia do mesmo os e-mails domdaterra@hotmail.com e presidencia@abglt.org.br.

Fonte: IY