segunda-feira, 18 de junho de 2012

Ambiguidade Travestida: Homen que transa com Travesti e Gay?????



A tempos não escrevo sobre algo, geralmente busco alguns textos feitos ou algo do gênero, apenas mudo algumas palavras aqui e ali, mas hoje aqui no quarto, vendo minha filha Jéssica correr decidi escrever algo, sobre um tema polemico, pois sabem adoro algo polemico.


Elas estão nas esquinas, imponentes em cima de um salto 15, de decotes oferecidos e micro saias. Às vezes, se o movimento cai, elas apelam e tiram resto de roupas que cobriam o corpo forte e, ao mesmo tempo feminino, atraindo uma diversidade de olhares de todos os tipos – os curiosos, os inconformados, os cheios de desejo. Em meio as esquinas escuras da cidade, desde os becos sujos do centro até ruas de classe alta – para o desespero de seus ricos moradores -  elas param o trânsito.  E aí, ficam duas perguntas – Quem são essas pessoas que, mesmo tendo nascido com corpo de homem, passam a vida tentando assumir outra identidade? E quem são essas pessoas que, escondidas atrás de vidros escuros no breu da noite procuram essas profissionais do sexo?



Classe Invisível

Os travestis formam um grupo na escala da sexualidade que gera dúvida até nos especialistas. Os menos informados, atiram pedras, dizendo que é uma pouca vergonha ou uma afronta à sociedade. Outros, dizem que se trata de uma patologia, de doença, ou de algum tipo de falha macabra nos genes. O fato é que, no meio desse universo de desinformação, os travestis sofrem – desde o início. Primeiro, nascem em um corpo com o qual não se identificam. Gostam de agir e se comportar como mulheres. Os casos mais extremos, os chamados transexuais, se sentem  mulheres aprisionadas em um corpo masculino e chegam ao extremo que ter que recorrer à cirurgias de troca de sexo em nome de uma identidade. Agora, mais difícil do que entender o que que se passa na mente dos travestis e transexuais, é entender a mente das pessoas  que vêem a situação como “falta de vergonha na cara”. Me desculpe, mas não consigo imaginar como somente  uma “falta de vergonha” pode levar alguém a se submeter a uma cirurgia complicadíssima ou ter que se ver condenado a passar seus dias se prostituindo na noite. É claro que essa não é a explicação. Dizer que ser travesti ou transexual é uma “opção” é a mesma coisa que dizer que o homossexualidade ou o heterossexualidade é uma “opção”. Isso é o tipo de coisa que ninguém escolhe.
Além de terem nascido em um corpo que não corresponde com sua mente, os travestis são, talvez, os maiores representantes da classe dos invisíveis existentes na sociedade – o que chega a ser irônico, dada a aparência excêntrica deles. Ninguém fala sobre a situação de descriminação que eles vivem. Travesti já nasce sem oportunidade – ou vai trabalhar em salão de cabeleireiro ou vai pra ruas. Nem casas noturnas costumam os aceitar, quem dirá os outros estabelecimentos. Pense bem, quantos travestis você conhece que trabalham em lugares que não sejam esses dois citados? E não venha me dizer que não conhece porque provavelmente existem poucos travestis no mundo – basta dar uma voltinha pelos seus pontos de encontro que com certeza irá mudar de opinião. E aí, como fica? O que acontece com os travestis que não querem ser prostitutas e nem cabeleireiros? Essa situação deveria ser caso de cotas, como as de deficientes – todo estabelecimento responsável deveria ser obrigado a contratar uma porcentagem de funcionários travestis. Seria um tapa lindo na cara dos preconceituosos e traria de volta a dignidade dessas pessoas.

 Será Que Ele É? 

Por mais que a pergunta “quem transa com travesti é gay?” já tenha sido feito milhares de vezes, essa questão ainda continua sem resposta. Tentamos mais uma vez, fazendo uma enquete na nossa FanPage e recebemos as mais variadas respostas – desde de “é gay”, “é viadagem”, “credo, coisa de marica”, passando por algumas do tipo “Não existe outra função do traveco a não ser dar e comer. E no momento que o cara dá ré no kibe, se torna gay.” até as mais esclarecidas, como: “Não acho que seja gay, porque gay sente atração por outro homem e o travesti é uma mulher com um pênis.”
Hipóteses a parte, acho incrível a capacidade das pessoas de querer definir a sexualidade do outro baseada em certos comportamentos. O ato único e exclusivo de fazer sexo anal, não torna ninguém gay – ser gay implica numa série de outros comportamentos e desejos. O sexo anal é só mais uma forma de se fazer sexo, que ficou associada aos gays por ser a manobra de penetração disponível quando se tem dois homens na cama.

Ao ver este video hoje no YouTube, creio que o medico Claudio explica bem o conceito que estamos abordando neste post. 
“Muito simples. Porque ele gosta de um travesti. Um cara que sai com um travesti não é um gay incubado, porque é mais fácil sair com outro homem. Alguém se encontrar com um homem no carro, é mais fácil – “Esse aqui é meu amigo lá do futebol”. E é mais fácil também sair com uma mulher. Então, ele sente tesão por um travesti. Por essa mulher com pênis. Ele tem tesão em ser penetrado sim, mas por um homem? Não. Por uma mulher. Ele não é gay – ele deseja uma mulher com pinto. Tem mulheres que usam um pênis de borracha e comem seus maridos. Ok. Provavelmente se isso não acontecesse, eles irias procurar travestis. Ele sente prazer com penetração anal, mas ele não quer um cara. Ele quer uma mulher.”

Ou seja, a resposta que tanto buscamos é muito simples. O que nos impede de enxergar essa realidade é a nossa necessidade doentia de rotular. Ele é gay. Ele é hétero. Ele é bi. Precisamos aprender a aceitar as diferenças, até porque elas não nos dizem a respeito. Quem você acha que é para querer definir a sexualidade do outro? Baseando-se em quê? Não importa a nomenclatura – importa o que existe dentro.  E, além de tudo, já deveríamos ter aprendido -  quem se define, se limita.

Com isso Vai uma ajuda de nossa Amiga Regina!!!

Fonte: Max D´Lavike

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