segunda-feira, 5 de setembro de 2011


“O Grito”, de Edvard Munch



É uma tendência humana ignorar o lado obscuro da vida – a dor, o sofrimento, a agonia. Contudo, ao lado da paz de espírito, da felicidade e da alegria, tudo isso são aspectos importantes da nossa existência. Não podem ser menosprezados ou esquecidos, pois que são parte do mundo e de nós mesmos. Por que não reconhecê-los e exprimi-los conscientemente através da arte?Por isso sempre gostei deste quadro de Edvard Munch, “O Grito”, considerado sua principal obra. Nele, vemos uma pessoa em profundo desespero, isolado de todos, soltando um grito que acredito ser silencioso, ouvido por ninguém. A solidão aumenta sua agonia e não há solução para seu estado, apenas o sentimento de impotência e desamparo. Quando não restam forças para mais nada na vida, só o que resta é gritar.
“O Grito” exprime grandiosamente o mais elemental desespero humano. É um retrato arquetípico do sentimento de desamparo a que o ser humano está sujeito. Daí a sua forte impressão sobre quem quer que o olhe. Mesmo que inconscientemente, vemos refletido nele ao menos uma possibilidade futura do nosso estado. Ou talvez presente, ou um passado que desejamos esquecer e disfarçar sob a fantasia de alegria e bem-estar que a cultura pop e a mídia nos ensinam a vestir, independentemente do que se esconde por baixo dela.
O Grito, de Edvard Munch, a maior obra do expressionismo alemão

Alguns dados sobre a obra
  • Pintada pelo norueguês Edvard Munch, em 1893
  • “O Grito” é uma das principais obras do expressionismo
  • Foram pintadas quatro versões da obra, para substituir as versões que o artista vendia
  • O quadro já foi roubado duas vezes – em 1994 e em 2004. Após o segundo roubo, foi recuperado em 2006 pela polícia norueguesa.
  • A máscara do assassino da série de filmes Pânico foi inspirada n´O Grito
  • A obra já foi capa da revista americana TIME, em uma edição sobre os complexos de culpa e ansiedade

Sobre a história do quadro, o autor uma vez escreveu:
“Caminhava eu com dois amigos pela estrada, então o sol pôs-se; de repente, o céu tornou-se vermelho como o sangue. Parei, apoiei-me no muro, inexplicavelmente cansado. Línguas de fogo e sangue estendiam-se sobre o fiorde preto-azulado. Os meus amigos continuaram a andar, enquanto eu ficava para trás tremendo de medo e senti o grito enorme, infinito, da natureza.”

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